segunda-feira, 29 de junho de 2009

A primeira... a gente nunca esquece

Essa semana eu estava indo de Cajazeiras para a casa de uma colega na Paralela, quando de repente vi uma blitz. Como sempre, alguns policiais com armas em punho, outros revistando os passageiros, alguns com medo, claro!

Diante desse fato, lembrei-me da minha primeira vez e, como “a primeira a gente nunca esquece”, não foi diferente com a minha primeira blitz. Isso aconteceu entre 2003 e 2004. Eu estava voltando da instituição que fazia um curso à noite. Voltando do Barbalho para a Estação Pirajá, estava com mais uma colega que morava (ou ainda mora, não sei mais, pois tem um tempão que não temos mais contato) em Cajazeira 8. Ela era uma jovem muito tímida. Malmente conversava comigo e com meus colegas. sei que ela denominou o grupo de pessoas com quem eu andava de “galera da janela” só porque sentávamos em um dos lados da sala em que ficavam as janelas. Acho até que ela me odiava por causa de meu jeito de ser na sala.

Como eu ia dizendo... estava tudo indo muito bem. Estávamos os dois em pé, eu com minha mochila preta e ela segurando um caderno e dois livros bem pesados de química (Solomons e Morrinson) de vez em quando passando um e outro sem pedir licença, empurrando, já que o ônibus estava um pouco cheio. Aos poucos as pessoas foram descendo, mas ao mesmo de vez em quando subia alguns outros. Digamos que folgou um pouco e quem estava em pé podia já se sentir confortável (?).

Chegando em São Caetano o motorista vai reduzindo a velocidade e só se ouvia os muxoxos da galera que estava na frente e fazendo alguns comentários de quem estava louco para ir para casa.

- “Boa noite senhoras e senhores. Por favor, todos os homens descendo do ônibus e as mulheres fiquem em seus assentos com as bolsas abertas para serem revistadas”, falou o policial que entrou no buzú.

Eu, inexperiente, ou quem sabe até “cabaço” em relação a blitz de ônibus, desci e fiquei, juntamente com os outros homens, em uma posição não muito agradável (cá entre nós, ficar com as mãos no ônibus, de pernas abertas e de costas para quem está atrás de você não é uma das melhores posições, né?). Até aí beleza! Sem contar com minhas pernas tremendo... não sei de quê, já que não devia nada a ninguém... o pior de tudo foi quando olhei para o lado e vi que além de revistarem as pessoas, revistavam as sacolas. Aí foi que minhas pernas tremeram ainda mais porque tinha lembrado que a minha mochila tinha deixado com a minha colega. E agora? Seja o que Deus quiser, foi o que pensei.

Fui revistado, todos os homens para dentro, buzú liberado para retomar o seu trajeto. Fui até minha colega, já sentada e desprovida de melanina, já estava parecendo um tomate maduro e logo ela foi disparando o motivo da alteração na coloração de sua tez. Ela ficou tão desesperada quando a oficial pediu para revistar a mochila e ela não conseguia abrir, já que a mochila era daquelas que tinham zíperes dos lados para aumentar de tamanho. Passado tudo isso, chegamos, finalmente à Estação Pirajá e rimos depois da situação. Apesar de tudo, é muito benéfico que se façam as blitz nos ônibus e em pontos diversificados na cidade. O que você acha?


Lamento por não ter uma foto para colocar.


Por Antonio Muniz

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