sexta-feira, 17 de julho de 2009

O príncipe e a "nigrinha"...

Logo quando este blog foi "inaugurado", fizemos uma enquete para saber se realmente é possível haver amizade que se inicie no buzú. A maioria das pessoas responderam que sim, que pode haver até namoro entre pessoas que se conheçam dentro de um buzú. Conheço um casal de - agora ex-namorados - que iniciaram o namoro em um ônibus. Muitas pessoas não acreditam que isso seja capaz, mas o buzú, por incrível que pareça também é um lugar muito propício para se iniciar um relacionamento, mesmo que seja somente ou inicialmente amizade.

Ao checar meu e-mail hoje, vi que um amigo tinha enviado um vídeo, na verdade é uma música, mas com caracteres enquanto a melodia vai tocando. É de um rapaz rico, que anda até na "ray society" (como está na própria letra da música no vídeo), mas que se apaixona por uma moça da periferia. O amor do cara é tão grande pela menina do "cabelo duro como um cabo de aço de elevador" (como ele mesmo afirma), que ele até gasta todo o "ganha-pão" dele em lotação para ir até a periferia. Ele não se cansa de esperar o Mata Escura/Doron R1, pois quando está no ponto ele tem a certeza de que enconrará no fim de linha a menina que tem o "cabelo tão duro como cimento" (mais uma expressão dele para expressar o amor que sente pela linda moça).

Para as moças que esperam seu príncipe encantado provavelmente devem estar dizendo agora que essa menina é uma sortuda. Essa "nigrinha da Barroquinha" parece mesmo ter encontrado o tão sonhado namorado. Além de rico, deve ser bonito e é super romântico e faz questão de demonstrar tudo o que sente na música. A cada frase uma nova declaração de amor. A cada frase um apelido mais carinhoso que o anterior. Ele é realmente um cara super apaixonado pela namorada. Calma meninas, o príncipe de vocês deve chegar a qualquer momento.

Bem gente, a partir dessa música podemos ver que o amor realmente é cego, que não tem limites, que anda lado a lado com a loucura, que não tem preconceitos e não nos deixa cansados, posi nos levará para encontrar uma pessoa muito querida nossa. E em meio a todo esse romance está a periferia e o buzú.
Ouçam a música, vejam o vídeo. Divirtam-se... rss... Ame!




Por Antonio Muniz

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Palitinho de picolé aí ói...







Ontem, quando estava saindo da Lapa em um ônibus com destino à Castelo Branco, subiu um “picoleiro” (pode parecer estranho o nome, mas, apesar dele usar o colete dos baleiros, a sua mercadoria era picolé e não balas. Logo, se quem vende balas é baleiro, quem vende picolé não é picoleiro?). Pelo jeito o jovem vendia muito bem, pois estava um calor da zorra! Apesar do clima, não comprei o “saboroso e refrescante picolé, picolé ói”. Ele vendeu uns oito ou nove no ônibus, desceu no ponto adiante e continuou a gritar “bora vê. Chegô o picolé, picolé aí ói. Tenho disso, daquilo, etc...”

Tempos depois, chegou a hora de se livrar do nefasto palito do picolé. Mas, como fazer? Algumas pessoas tentam esconder o palito na fresta que tem entre o banco e a parede do ônibus, outros não se intimidam e jogam mesmo pela janela, sem nem se importarem com quem está do lado de fora e outros – acredito que a minoria – guarda-o em um saco e/ou na bolsa para jogar no lixo quando chegar em casa. É, mas tem gente que prefere mesmo é jogar no chão. Como pode um ser tão nobre e tão inofensivo ser deixado assim, abandonado, correndo o risco de ser pisoteado pelos outros passageiros?

Onde jogar o palito de picolé? Essa é uma dúvida que muitos passageiros tem após saborear e se refrescar com o picolé. Infelizmente a maioria prefere a maneira mais fácil de se livrar dele, jogando mesmo no chão do nosso buzú.



Foto Antonio Muniz
Por Antonio Muniz

terça-feira, 14 de julho de 2009

O pedinte e meu pai


Hoje estava em casa, pensando um pouco na vida, quando de repente vi um buzú, com destino à Estação Pirajá, passar lá na pista a uns 50 metros de distância de onde eu estava. Lembrei-me de um caso que meu pai me contou outro dia que aconteceu com ele na Estação Pirajá. Isso já faz bastante tempo já. Nem sei se a Estação já era chamada de Pirajá ou se ainda era a caótica E.N.E. (Estação Nova Esperança) – como esperança é a última que morre, acho que quem escolheu dar aquele nome ao lugar, escolheu muito bem, pois os usuários tinham que ter muita esperança de que aquilo realmente mudasse... mas, enfim... Voltando ao caso de meu pai, foi o seguinte... Quando ela estava na estação (Pirajá ou ENE) ele disse que passou um desses caras que dão papel pedindo dinheiro e tal (por sinal está crescente o número de papéis sendo distribuídos tanto nas estações com Lapa e Pirajá, quanto nos ônibus). No papel, segundo ele, pedia qualquer trocado. Algumas pessoas até deram algumas moedas, outras nem leram o que tinha escrito e já foram logo entregando o papel ao rapaz, provavelmente sem nem olhar par a cara dele. Já outros nem mesmo pegaram o material da mão do indivíduo. Meu pai colocou a mão no bolso, procurou no bolsinho da carteira... mas não encontrou nada e disse ao cara algo próximo de: “poxa, não tenho trocado”, meneando a cabeça. O camarada virou para ele e disse: “se não tem trocado, serve inteiro mesmo” e estendeu a mão. Que ousadia do cara, né? Meu pai, que de vez em quando contribuía com alguns pedintes, a partir desse dia passou a não contribuir mais por causa do despautério do camarada. Como já faz tanto tempo, não sei se ele já contribui dando alguns trocados ou não.

NÃO PERCA A ESTRÉIA DA NOSSA SÉRIE DE VIDEORREPORTAGENS SOBRE A ESTAÇÃO PIRAJÁ, EM AGOSTO. ESTAMOS FAZENDO AS ÚLTIMAS GRAVAÇÕES E EDITANDO ALGUMAS...
Por Antonio Muniz

sábado, 4 de julho de 2009

A Estação Pirajá como você nunca viu!!!

A equipe do blog VAMUDIBUZU está preparando uma série de videorreportagens para você. Os vídeos, realizados na Estação Pirajá, em Salvador, mostram um pouco da relação das pessoas com aquele lugar. São relatos interessantes, desde denúncias a fatos interessantes e engraçados.
Vocês não podem perder!
Vejam a chamada que produzimos para você no início das nossas gravações.

Ou, se preferir, vejam o vídeo no youtube, clicando aqui