terça-feira, 14 de julho de 2009

O pedinte e meu pai


Hoje estava em casa, pensando um pouco na vida, quando de repente vi um buzú, com destino à Estação Pirajá, passar lá na pista a uns 50 metros de distância de onde eu estava. Lembrei-me de um caso que meu pai me contou outro dia que aconteceu com ele na Estação Pirajá. Isso já faz bastante tempo já. Nem sei se a Estação já era chamada de Pirajá ou se ainda era a caótica E.N.E. (Estação Nova Esperança) – como esperança é a última que morre, acho que quem escolheu dar aquele nome ao lugar, escolheu muito bem, pois os usuários tinham que ter muita esperança de que aquilo realmente mudasse... mas, enfim... Voltando ao caso de meu pai, foi o seguinte... Quando ela estava na estação (Pirajá ou ENE) ele disse que passou um desses caras que dão papel pedindo dinheiro e tal (por sinal está crescente o número de papéis sendo distribuídos tanto nas estações com Lapa e Pirajá, quanto nos ônibus). No papel, segundo ele, pedia qualquer trocado. Algumas pessoas até deram algumas moedas, outras nem leram o que tinha escrito e já foram logo entregando o papel ao rapaz, provavelmente sem nem olhar par a cara dele. Já outros nem mesmo pegaram o material da mão do indivíduo. Meu pai colocou a mão no bolso, procurou no bolsinho da carteira... mas não encontrou nada e disse ao cara algo próximo de: “poxa, não tenho trocado”, meneando a cabeça. O camarada virou para ele e disse: “se não tem trocado, serve inteiro mesmo” e estendeu a mão. Que ousadia do cara, né? Meu pai, que de vez em quando contribuía com alguns pedintes, a partir desse dia passou a não contribuir mais por causa do despautério do camarada. Como já faz tanto tempo, não sei se ele já contribui dando alguns trocados ou não.

NÃO PERCA A ESTRÉIA DA NOSSA SÉRIE DE VIDEORREPORTAGENS SOBRE A ESTAÇÃO PIRAJÁ, EM AGOSTO. ESTAMOS FAZENDO AS ÚLTIMAS GRAVAÇÕES E EDITANDO ALGUMAS...
Por Antonio Muniz

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